segunda-feira, 23 de junho de 2008

Agora no 12º

Ao contrário de anos passados, os alunos do 12.º ano da Escola Secundária Aurélia de Sousa, no Porto, consideraram os exames nacionais de Matemática A "muito fáceis".

E o editorial do DN:

Não é normal alunos, professores e especialistas estarem de acordo. Muito menos quando o assunto se chama Matemática. Mas, à semelhança do que já tinha acontecido antes em outras áreas, no final do exame nacional de Matemática do 12.º ano, a que ontem se submeteram cerca de 50 mil estudantes, as opiniões eram unânimes: "fácil", "acessível", "sem problemas de maior", foi como o caracterizaram.

Como se sabe, o nível de iliteracia a Matemática no nosso país é considerado um problema grave do nosso ensino (o outro é o Português). Em 2006, no estudo para o Programa Internacional para a Avaliação de Alunos (PISA), que a OCDE publica de três em três anos, a média de conhecimentos a Matemática dos alunos portugueses era de 466 (a média global é de 500), e Portugal ocupava o 37.º lugar do ranking, só deixando atrás de si a Itália, a Grécia, a Turquia e o México. Pior: o valor era o mesmo de três anos antes, o que provava não ter existido evolução.

É verdade que a média nacional, apesar de continuar negativa, tem melhorado entretanto. Passou de 6,9 em 2005, para 7,3 em 2006 e para 9,6 no ano passado. Uma subida gradual, que seguramente se irá reflectir para o ano no próximo estudo da OCDE. Mas perante a coincidência da melhoria das notas e da facilidade que alunos, professores e especialistas encontram nos exames, fica uma dúvida inaceitável: queremos melhores estudantes ou um melhor ranking?

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