terça-feira, 8 de novembro de 2011

ditto

I think it's not just about the heart, Owen. i think sometimes the heart needs... stearing.

sábado, 22 de outubro de 2011

Click fail click fail

Acho que me está a sair uma carapaça que nem sabia ter. Com o baixar das temperaturas derrete um certo frio e desilusão que trago cá dentro, ou pelo menos isso me parece, se me perdoam o paradoxo. Recordações que assim surgem ancoram-me ao meu passado, trazem desejos de revisitação, sendo a escrita neste blog um sintoma. Estarei eu a tornar-me novamente eu, descontando o futurismo que sempre traz o passar do tempo? /me, par Toutatis, revient /me*?

Vim aqui, a esta casa, a esta minha casa (hesito em dizer que é minha, por muito que volte a ser eu próprio nunca serei a pessoa a quem ela pertence, lá está o que digo do futurismo; o passado merece um espaço próprio - agradeço o empréstimo), à minha procura. Fi-lo também clicando nos blogs que costumava ler. Um após um, quase todos mortos ou decrépitos. É pena, mas é a vida que nos empurra para a frente.

Não sei responder à pergunta em cima. Mas algo está a mudar, sinto-o na alma (apetecia-me tanto dizer que o sinto nos ossos, mas seria mentira). E tenho fé que vai ser bom.

* ver filmes do Asterix e Obelix

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O que me faz sair da toca

Julgando pelos meus dois posts anteriores, aquilo que mais me faz ter vontade de escrever é a morte humilhante de ditadores. Não é porque defenda ditadores, não é porque seja mais sensível ao seu sofrimento que àqueles que por sua vez sofrem às mãos de ditadores. É apenas porque a medida da nossa civilização está na forma como tratamos os que merecem ser maltratados. E a medida da nossa barbárie está na forma como tratamos os que não merecem. Se o holocausto quebrou há muito qualquer hipótese de redenção de uma das medidas, a outra poderá ainda ser resgatada. Como pelos Noruegueses, quando prometeram mais democracia e mais liberdade em resposta ao atentado.

Os bons saem sempre, disse-me ela

Que seja porque o Khadafi foi hoje arrastado pelas ruas, a cara feita em polpa, humilhação justa na mente de alguma criatura mesquinha. Lá se vai a minha interjeição "é emigrar!", que face à barbárie alheia, as atávicas fraquezas lusas parecem coisa menor.

Que seja porque estou prestes a completar mais uma volta em torno do sol (ou o Sol uma em torno de mim, que já o Einstein via as coisas nos dois sentidos) e precisava de um bocadinho mais de qualquer coisa. Preciso de música para alegrar a alma, de uma conversa em que me digam "vous avez beaucoup d'esprit", de férias prolongadas e um bom filme. Ou chocolate apenas, é tão bom um pouco de chocolate preto a derreter-se na língua, contrariando a prontidão com que os dentes apressariam o prazer.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Apesar de tudo

Ainda sou do tempo em que não se dançava por cima da campa de ninguém. Em que numa democracia se valorizava a justiça, não a vingança. Não vou chorar por um terrorista morto, mas perdeu-se uma oportunidade de manter (no caso, elevar) a estatura moral dos regimes ocidentais.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Irritações relapsas

1- Na rua, anda-se preferencialmente pela direita, não pela esquerda.
2- Nas escadas rolantes, deixa-se sempre o lado esquerdo livre para quem quiser andar mais rapidamente.
3- Música pimba não é divertida. Ágata não é divertida. Marco Paulo não é divertido. "Mas depois de umas cervejas e com uns amigos e...". Não. Não se ouve dessa música nem em pré-coma alcoólico.
4- "O meu clube é diferente dos outros". Sim, tem um nome diferente, uma cor diferente e um animal-fetiche diferente. Superioridade moral e futebol não cabem na mesma frase.
5- "O meu político preferido é bom, mas está é rodeado por más pessoas." Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és.
6- "Que querias dizer com a música que me mandaste?" Err queria que ouvisses a música se te apetecesse. Se te tivesse alguma coisa a dizer, usava palavras (diz que geralmente funciona).
7- "Passámos" e "passamos" são duas coisas diferentes. Escrevem-se de maneira diferente. Deviam-se pronunciar de maneira diferente. Mesmo se és do Porto.
8- "Lisboa" e "Lexbô'a" são duas coisas diferentes (na verdade, uma delas é uma palavra que nem se escreve). Escrevem-se de maneira diferente. Deviam-se pronunciar de maneira diferente. Mesmo se és de Lisboa.
9- Eu não tenho culpa que os patetas do governo gostem de dar tolerâncias de ponto. Eu até sou contra feriados nos dias da semana durante o período lectivo.
10- "Lectivo" e "letivo" são duas palavras diferentes. Apenas uma está correcta de acordo com o novo acordo ortográfico. Dói, mas teremos de nos habituar. Amanhã, está bem? Que hoje ainda é cedo.
11- Se tens coisinhas parvas que te irritam, não me chateies com elas. Escreve-as no teu blog que ninguém lê ou paga a um psiquiatra para que ele te ature.

sábado, 16 de abril de 2011

Há muito que não sentia

vontade de escrever aqui. A vontade de escrever é como um lume, apaga-se se o combustível estiver molhado. E o meu é regado tantas vezes com mensagens, e-mails, telefonemas, solicitações (queridas, a pedido, auto-inflingidas, indesejadas) e tanto trabalho.


Não sou feliz aqui, nestes aqui onde estou, que agora são menos. São pequenos, faltam-me as viagens, falta-me a vontade de ir, um sítio onde chegar. E o meu carro, habituado a tanto quilómetro, de repente fica parado. Ir lavá-lo é para mim um entretém, um ponto alto, santa vida suburbana.


Cozinhar para um não tem piada. Ir ao cinema sozinho não tem piada. Passear sozinho não tem piada. Tirar fotos nunca tem piada, mas principalmente se não se tem a quem as mostrar. Pois claro, há os amigos, que os tenho. Mas já abuso deles, dos pouquíssimos que estão perto, dos muitos que estão longe. Sim, porque amigo meu emigra, e se não emigrar emigro eu. É a minha sina, andar de sítio em sítio com defesas emocionais em cima, ou em baixo, dependendo do ponto de vista. Claro que também sou anti-social ou associal ou qualquer coisa oposta a social, mais ainda quando estou só. E não era tanto assim há uns anos atrás, a idade estraga-nos, a menos que nos refinemos. E se me refinei nalgumas coisas, esta não foi uma delas.


Falta-me a minha bicicleta, hoje quase ia comprando uma, mas falta-me a minha cidade, aquela que é mais realmente minha e onde estive mais sozinho. Onde escrevia neste blog como escrevo hoje, com pouco sentido às vezes, mas sempre de um modo sentido.


Falta-me não me lembrar do que não devo quando vejo médicos ou qualquer coisa italiana, que raio que não consiga avançar mais sozinho do que até este ponto. No coração, a menos que haja alguém, sobram sempre ruínas.


Eu já escrevi isto tudo. Twice. De modos muito diferentes, mas a mensagem foi a mesma. Talvez nem seja a que aqui vai escrita, o que se sente, principalmente se vertido demasiadamente rápido por entre as teclas de um keyboard (teclas de um teclado soa mal), tende a ser diferente do que se escreve. Seja. Hoje vou dormir sem um sorriso. Amanhã ele virá. Volta sempre. Nalgumas coisas, sempre nos refinamos.