Como as cores do ranho mudam quando se está doente. Do castanho inicial o meu passou pelo verde e pelo branco, chegando hoje ao amarelo fluorescente e finalmente ao laranja. É TMI, dir-me-ão, too much information. Não são os únicos a queixar-se desse problema. A mim sobrecarrega-me ter o Sócrates a aparecer no mínimo duas vezes por telejornal. Sensibilidades. Ao menos lá prometeu tornar possível o casamento gay, pelo que vai começar o jogo das prioridades. Ah e tal, não é prioritário quando se tem uma crise à porta. Verdade, verdade, aliás o casamento é prioritário para alguém? Mais importante que um compromisso para a vida assumido perante a sociedade apenas mesmo o dinheiro que se recebe ao fim do mês. São uns cínicos, é o que é. Ou então têm escassez de neurónios e aí dou-lhes razão: não é altura de estar a discutir se uma minoria deve ou não poder aceder aos direitos da maioria (minudências democráticas que curiosamente não têm ressonância em crâneos demasiado cheios de ar). É altura de serem internados ou no mínimo começarem a tomar Centrum. Diz que faz bem.
Ia já dizer que nem só de paneleirices vive o homem, mas não resisto a comentar a sobriedade de alguns portugueses, bem representados por este senhor. É comum a opinião de quem não gosta de Carnavais fora de tempo, paradas gay, histeria colectiva e demais manifestações de alegria. Acho giro essa coisa de se ser sizudo, dá assim um ar fofinho de quem realmente quer é que lhe puxem as bochechas. Só que há um ponto em que a oposição à histeria alheia é tão ruidosa que chega ela própria a ser histérica. À força de tanto não querer mostrar as emoções, elas transparecem. Contradições.
As minhas semanas correm curtas, cada dia transbordando para o seguinte. Não é poesia, é mesmo excesso de trabalho. As horas não chegam, o grau de exigência é elevado (e sempre a subir), a ambição é alguma e no fim chego sempre à mesma conclusão: tenho de me organizar melhor e tenho de melhorar alguns furos a minha prestação. No trabalho, no namoro, com a família, com os amigos... Convinha também que sobrasse algum tempo para mim. Nestes tempos, as circunstâncias conspiram para que tudo fique mais complicado. Mas sei que melhores dias virão.
Agora que voltei a Portugal, constato ser generalizada a tendência de hiper-legislar. Todos querem ser juristas, todos querem fazer leis e vai daí de mandar .pdfs e .docs e tanta coisa que apenas não é SPAM porque afecta realmente. Mudam-se as regras a meio dos jogos, emenda-se o despacho que foi fruto de uma precipitação, enfim, é a instabilidade total. Decretem de vez que o País é perfeito e deixem-nos trabalhar.
Voltando à política, uma boa notícia: Obama. Sei que ele não é o Salvador, sei que as expectativas estão demasiado elevadas, mas parece-me que finalmente vai voltar alguma sanidade à política.
Ia já dizer que nem só de paneleirices vive o homem, mas não resisto a comentar a sobriedade de alguns portugueses, bem representados por este senhor. É comum a opinião de quem não gosta de Carnavais fora de tempo, paradas gay, histeria colectiva e demais manifestações de alegria. Acho giro essa coisa de se ser sizudo, dá assim um ar fofinho de quem realmente quer é que lhe puxem as bochechas. Só que há um ponto em que a oposição à histeria alheia é tão ruidosa que chega ela própria a ser histérica. À força de tanto não querer mostrar as emoções, elas transparecem. Contradições.
As minhas semanas correm curtas, cada dia transbordando para o seguinte. Não é poesia, é mesmo excesso de trabalho. As horas não chegam, o grau de exigência é elevado (e sempre a subir), a ambição é alguma e no fim chego sempre à mesma conclusão: tenho de me organizar melhor e tenho de melhorar alguns furos a minha prestação. No trabalho, no namoro, com a família, com os amigos... Convinha também que sobrasse algum tempo para mim. Nestes tempos, as circunstâncias conspiram para que tudo fique mais complicado. Mas sei que melhores dias virão.
Agora que voltei a Portugal, constato ser generalizada a tendência de hiper-legislar. Todos querem ser juristas, todos querem fazer leis e vai daí de mandar .pdfs e .docs e tanta coisa que apenas não é SPAM porque afecta realmente. Mudam-se as regras a meio dos jogos, emenda-se o despacho que foi fruto de uma precipitação, enfim, é a instabilidade total. Decretem de vez que o País é perfeito e deixem-nos trabalhar.
Voltando à política, uma boa notícia: Obama. Sei que ele não é o Salvador, sei que as expectativas estão demasiado elevadas, mas parece-me que finalmente vai voltar alguma sanidade à política.
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