quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Teatro 3D

Para quem gosta de teatro, os Fatias de Cá, um grupo de Tomar, são imperdíveis. Com refeição incluída. Há sempre várias personagens, que o espectador (com o cuidado de se ir encostando às paredes para deixar os espaços centrais das salas para os actores) pode ir seguindo. As histórias (nunca há uma: cada espectador tem a sua versão da história, dependendo da personagem que seguir) passam-se sempre em locais históricos (frequentemente o Convento de Cristo, da cidade onde está sediado o grupo). De resto... faço copy paste do Sol:

Habituados aos cenários das grandes cidades, perdemos de vista o país que se constrói bem para fora do nosso quotidiano. Tomar é o exemplo que aqui quero deixar, pela surpresa de aí ter ido encontrar, há poucos dias, um espectáculo que julgava ser impossível de dar corpo fora dos grandes centros.

Refiro-me a uma peça de teatro, O Nome da Rosa, a partir da obra de Umberto Eco, e que aconselho vivamente a que se não perca. Porquê? Para além da qualidade da adaptação e da representação, tudo se desenvolve no magnífico cenário natural que é o Convento de Cristo, que foi sede dos Templários e que a lenda aponta como sendo o local onde se encontra escondido o Santo Graal. O próprio Umberto Eco esteve aqui para tomar nota deste viver dos antigos moradores do Convento, que agora abre as suas portas de par em par através da própria peça.

A acção de O Nome da Rosa desenvolve-se em 1327, altura em que teólogos se reunem numa abadia para discutir a pregação dos franciscanos, os quais chamam a Igreja de volta à pobreza evangélica e, implicitamente, à renúncia do poder temporal. Guilherme de Baskerville, frade franciscano, vê-se envolvido numa verdadeira história policial, já que um monge morreu misteriosamente nessa abadia, mas era apenas a primeira de sete vítimas...

É esta a história que todos seguimos, acompanhando os monges por todo o Convento, de onde resulta outra mais-valia; ficamos a conhecer o monumento como a palma das nossas mãos. Depois, existe ainda a curiosidade de partilhar o jantar com os teólogos e os monges, refeição medieval que se vai desenrolando ao longo de toda a peça.

Um autêntico achado que Tomar nos oferece e cujo preço (28 euros) não paga tudo o que recebemos em troca. Não percam, e como os espectáculos esgotam, o melhor é reservar. As representações são aos domingos, às 17 horas, e os contactos são: tel 249 314 161; tlm 960 303 991; e-mail reservas@fatias de ca.net.

1 comentário:

Mr Fights disse...

há que tempos que falei nisso com amigos... mas ainda não fomos :(