quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Os bons saem sempre, disse-me ela

Que seja porque o Khadafi foi hoje arrastado pelas ruas, a cara feita em polpa, humilhação justa na mente de alguma criatura mesquinha. Lá se vai a minha interjeição "é emigrar!", que face à barbárie alheia, as atávicas fraquezas lusas parecem coisa menor.

Que seja porque estou prestes a completar mais uma volta em torno do sol (ou o Sol uma em torno de mim, que já o Einstein via as coisas nos dois sentidos) e precisava de um bocadinho mais de qualquer coisa. Preciso de música para alegrar a alma, de uma conversa em que me digam "vous avez beaucoup d'esprit", de férias prolongadas e um bom filme. Ou chocolate apenas, é tão bom um pouco de chocolate preto a derreter-se na língua, contrariando a prontidão com que os dentes apressariam o prazer.

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